Olá pessoal, meu nome é Rodrigo Bosco (porém na minha
documentação ainda consta meu nome de batismo Pryscila), tenho 28 anos, sou
casado e tenho 4 cães. Contarei um pouco da minha história para vocês. Tudo
começou quando tinha de 3 para 4 anos, quando eu comecei a ter reações
diferentes das outras crianças, tinha uma preferência por coisas masculinas (brinquedos,
roupas, amizades). Meu pai (que Deus o tenha), sempre foi meu ídolo, meu herói;
eu sempre quis imita-lo, em roupas, jeito, mas havia muita repreensão por parte
da minha mãe, que sempre me queria de sainha, roupinhas cor de rosa, lacinhos,
cabelo comprido e afins. Mas meu pai sempre me “ajudou” neste ponto, com ele eu
brincava de carrinho, jogava bola, brincava de carrinho de rolimã, jogava bola
de gude, ele comprava roupas iguais as dele e foi ele quem me levou para cortar
o cabelo pela primeira vez com o famoso corte “Joãozinho” como era dito na época.
Vocês nem imaginam como minha mãe ficou, quase teve um filho...rsrs…isso
eu tinha uns 5 para 6 anos. E foi o período que comecei a notar algumas
diferenças físicas entre mim e meu pai, e até mesmo com meus primos. Comecei a
notar que não tinha algo muito importante para um homem e coloquei em minha
cabeça infantil, que o membro ainda cresceria. Todo dia antes de dormir rezava
para isso acontecer, mas adivinhem…não aconteceu…hunff.
Aos 8 anos perdi meu
grande herói, e ai começou a ficar mais difícil minha vida; pois havia o
controle extremo por parte da minha mãe tentando me mudar. Sempre me vesti e me
portei como homem. No entanto, por várias vezes em minha pré- adolescência,
quando ia ao banheiro de algum lugar público, os seguranças vinham me abordar
para saber o porquê eu estava entrando no banheiro das mulheres.
Sempre fiz muitos esportes, sempre me cuidei muito, no
entanto em baladas e serviços sempre chamei muita atenção das mulheres e até de
alguns homens (meio cegos...rsrs).
Porem minha vida foi sempre muito estressante por ter que me
esconder dentro de um corpo que não é o meu, ter que me portar de acordo com
esse corpo só para agradar a família, ter que me envolver com pessoas para que
a sociedade não me julgasse, enfim, ser quem eu nunca fui e mesmo assim ter
pessoas me cobrando para mudar. Isso é horrível!!!!!
Aos 18 anos, depois de passar por um problema sério
financeiro e um termino muito complicado de relacionamento, decidi abrir o jogo
para minha mãe. Mas como nem eu sabia ao certo como me definir, abri dizendo
que era homossexual. Coisa que mais para frente, entendi que não sou, já que homossexual
é uma opção sexual e transexual é de nascença (não se escolhe, já nasce assim).
Enfim, depois de aberto isso, ouvi coisas horríveis, mas
guardei para mim e fui levando a minha vida, agora me adequando cada vez mais
ao que sou, um homem. Porém ainda tinha uma resistência por parte da minha mãe
e até algumas pessoas que me relacionei. Até que encontrei a pessoa com quem me
casei e me aceita e entende o que sinto e passo todos os dias por estar preso
neste corpo que desprezo. Porém, ela me acalma e me ajudou a dar entrada para
que eu possa fazer a cirurgia de adequação de gênero e a mudar meu nome, mas isso
contarei com calma para vocês conforme for acontecendo.
Espero que gostem e acompanhem a minha história de superação
e realização, e façam dela a de vocês.
Parabéns. Saiba que eu estarei sempre ao seu lado!!!
ResponderExcluirUm grande superar de barreiras....Isso é só o princípio!!! Muitas felicidades e força!!! Axé!!!
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